terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Descoberta proteína que protege células da quimioterapia

 Um estudo publicado na 'Nature' abre a possibilidade de se silenciar dois genes associados a formas agressivas de cancro do sistema nervoso, travando a sua evolução. Outra investigação aponta que há proteínas que corrigem os erros do ADN, o que abre a porta a tratamentos mais eficazes e com menos efeitos secundários para todos os doentes.

 Investigadores do Reino Unido encontraram uma forma de impedir a expansão do cancro ao mesmo tempo que se protege as células saudáveis dos efeitos da quimioterapia e se intensifica os seus benefícios. Os resultados foram publicados na Nature na última edição, a mesma em que foram publicados os resultados de um estudo que identifica os dois genes mais associados ao glioblastoma, o quarto cancro mais fatal.
 Segundo os dados do primeiro estudo, há uma família de proteínas (small ubiquitin like modifier) que consegue reparar os estragos provocados no DNA e que estão associados ao aparecimento ou alastramento das células cancerígenas. Estas proteínas ligam-se às proteínas normais e conduzem-nas às zonas danificadas do ADN, corrigindo os erros genéticos.
 Estas proteínas foram capazes de corrigir os erros mais graves, que afectam as moléculas em forma de dupla hélice. Depois de os corrigirem, as proteínas separam-se e seguem o seu caminho. Jo Morris, do King College London, que integrou uma de duas esquipas no estudo, diz, citado pela BBC News, que "este é o primeiro passo para desenvolver remédios que podem proteger as células dos efeitos secundários da quimioterapia ou aumentar a eficácia de tratamentos actuais, como os da mama".

Fontes:http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1457009 (28/12/2009, 21h)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL!

 Os autores do blogue Ciência e Saúde no Século XXI desejam um feliz Natal a todos os visitantes e participantes neste projecto. E porque é Natal ficam aqui algumas curiosidades científicas alusivas aos dias 24 e 25 de Dezembro:

  • A 24 de Dezembro de 1761 nasceu Jean-Louis Pons, astrónomo francês, célebre na observação de cometas e na mesma data, mas no ano de 1872, morreu o físico escocês William John Macquorn Rankine, célebre pelos seus contributos para o estudo da termodinâmica.
  • A 24 de Dezembro de 1968, a tripulação da missão Apollo 8, começa a orbitar em torno da Lua (os tripulantes foram os primeiros indivíduos a fazê-lo).
  • A 25 de Dezembro de 1765 morreu Václav Prokop Divis, teólogo e inventor checo, que, entre outras coisas, desenvolveu o primeiro instrumento musical eléctrico e o pára-raios independentemente de Benjamin Franklin.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ciência e Saúde no Século XXI participa no Jornal Valadares & a Cidade em Foco

Já está nas bancas o Jornal Valadares Cidade em Foco de Dezembro, que conta com a participação do projecto Ciência e Saúde no Século XXI, autor deste blogue. O Jornal Valadares & a Cidade em Foco é um jornal regional mensal vendido em todas as freguesias do litoral de Gaia (Valadares, Madalena, Gulpilhares, Canidelo, Arcozelo e S. Félix da Marinha), em Vilar do Paraíso, em Mafamude e em Santa Marinha, sendo que a partir de agora apresentará sempre uma página relativa à ciência, redigida pelo nosso projecto.


Espero que apreciem este novo espaço. Para mais informações visitem a página http://www.valadaresemfoco.com/

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cientistas vislumbram duas “paisagens genéticas” devastadas pelo cancro

As mortes devidas ao cancro do pulmão representam cerca de 16 por cento das mortes por cancro no mundo. E, dos dois tipos de cancro do pulmão, o cancro de pequenas células (15 por cento dos casos) é o mais letal: apenas um em cada 20 doentes consegue sobreviver-lhe cinco anos. É provocado, esmagadoramente, pelo tabagismo.

O melanoma maligno, quanto a ele, é um cancro raro – representa apenas três por cento dos cancros da pele – mas é de longe o mais mortal: provoca três em cada quatro mortes por cancro da pele. Um dos principais agentes causadores de melanoma é a exposição aos raios do Sol.
Sabe-se que estes e os outros cancros surgem quando o ADN das células do organismo humano sofre mutações – no caso do cancro do pulmão, trata-se de mutações induzidas pelas substâncias tóxicas do fumo de cigarro; no do melanoma, pelas radiações ultravioletas. Mas o que é que se passa exactamente ao nível do genoma? Qual é a história de cada cancro, como é que se desenvolve em cada pessoa?

Na edição online de hoje da revista Nature, uma grande equipa anglo-americana de cientistas revela, em dois artigos separados, dois trabalhos pioneiros de autêntica arqueologia genética que permitem começar a responder a estas perguntas e que, no futuro, poderão conduzir a uma forma radicalmente diferente – e personalizada – de tratar estes cancros e o cancro em geral.

Peter Campbell e Mark Stratton, do Wellcome Trust Sanger Institute no Reino Unido, e os seus colegas, sequenciaram na íntegra, com uma precisão sem precedentes, o ADN de células cancerosas desses dois tipos de cancros (diga-se de passagem que, para além de utilizarem as mais potentes e modernas técnicas de sequenciação genética, no caso do melanoma, em particular, tiveram de repetir a leitura mais de 70 vezes para ter a certeza de estar a ler correctamente cada “letra” de ADN).

A seguir, compararam cada uma dessas sequências genéticas com o respectivo ADN de células normais, não cancerosas, vindo do mesmo doente, à procura das mutações associadas a cada um dos cancros.

“Estes são os dois principais cancros do mundo desenvolvido cujas causas primárias são conhecidas”, explica Stratton num comunicado da sua instituição. “Para o do pulmão é o fumo de cigarro e para o melanoma maligno é a exposição solar. Com estas sequências genéticas, fomos capazes de explorar em profundidade o passado de cada tumor, revelando com notável clareza as marcas deixadas no ADN por esses agentes mutagénicos ambientais anos antes de o tumor se tornar aparente.”
O genoma do cancro do pulmão continha mais de 23 mil mutações e o do melanoma mais de 33 mil. “Com base em estimativas médias, podemos dizer que surge uma mutação ao fim de cada 15 cigarros”, diz Campbell no mesmo documento. Ou seja, uma mutação por dia para um fumador típico!

Também vislumbraram a batalha travada pelo genoma contra essas alterações nefastas, batalha que o cancro acabou obviamente por vencer nestes dois casos. “Foi possível ver as tentativas desesperadas do nosso genoma para se defender dos estragos provocados pelos químicos do fumo de cigarro e da radiação ultravioleta”, acrescenta Stratton. No caso do cancro do pulmão, a equipa identificou ainda um misterioso sistema natural de reparação do ADN, até agora desconhecido, que sugere que o genoma tende a defender mais intensamente as suas regiões que contêm genes muito activos – e a descurar outras, menos importantes.

Agora, vai ser preciso identificar as mutações causadoras destes cancros – o que, pela primeira vez, parece ser possível. “Mas ainda temos muito a fazer para perceber estas devastadas paisagens genéticas do cancro”, frisa Campbell.


Bibliografia: www.publico.pt (19/12/2009, às 19h45)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Animais de estimação: Considerações Ecológicas


A posse de animais de estimação é frequente, pois estes fazem nos companhia e podem inclusive ser úteis no desempenho de algumas tarefas. Contudo, aquando da escolha de um animal há que ter em conta alguns factores, nomeadamente a pegada ecológica destes.


O factor ecológico

 Todos os anos, os animais de estimação, nomeadamente os gatos e os cães, são responsáveis pela perda de inúmeros  indivíduos de espécies selvagens e por emissões elevadas de gases que provocam o efeito de estufa, particularmente devido à alimentação de que necessitam.
 Relativamente à perda de vida selvagem, dados obtidos no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália mostram que em cada ano, cada gato mate cerca de 25 animais selvagens, o que só no Reino Unido contabiliza uma perda total de 188 milhões de animais naturais da região. A biodiversidade é também menor nas zonas em que há um maior número de cães. 

 Porém, o maior problema gerado pelos animais de companhia relaciona-se com a alimentação destes. Estima-se que sejam necessários 8374,2 metros quadrados de terreno arável para gerar os alimentos necessários para um ano inteiro um cão de tamanho médio (o que equivale a uma pegada ecológica de 0,84 hecatres). Comparativamente, alguns automóveis têm pegadas ecológicas de valores muito inferiores. O esquema de baixo compara as pegadas ecológicas de diferentes animais de estimação e de alguns objectos:


Tópico de discussão: Perante estes dados o que fazer para diminuir a pegada ecológica dos nossos animais de estimação?


Fontes: http://www.newscientist.com/article/mg20427311.600-how-green-is-your-pet.html (16/12/2009 - 18:00)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Café pode ajudar a prevenir cancro da próstata


Um dos maiores hábitos dos portugueses, beber café, pode ajudar a dimunuir os riscos de desenvolvimento do cancro da próstata, segundo um estudo da Universidade de Harvard.


Durante a realização deste estudo, os investigadores analisaram 50 mil homens que tem por hábito beber café diariamente, durante 20 anos. Com este estudo concluiu-se que o risco de se desenvolver cancro avançado da próstata nesses individuos é 60% menor em relação aos homens que não tomavam café.

File:Roasted coffee beans.jpgOs investigadores justificaram este facto apoiando-se no facto de o café ou descafeínado, favorecer a produção de insulina e hormonas sexuais, que estão relacionadas com a prevenção dos tumores da próstata.


Um das investigadoras explicou que poucos factores ligados ao estilo de vida de um homem foram até hoje associados de forma consistente aos riscos deste tipo de cancro, especialmente aos riscos de formas mais agressivas da doença. Por esta razão será estimulante se esta ligação for confirmada em próximos estudos.

Tópico de discussão: Sabendo que a produção de café causa grandes prejuízos ambientais, devemos sacrificar o ambiente para obtermos os benefícios do café?

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/36749-cafe-pode-ajudar-prevenir-cancro-da-prostata (12/12/2009 - 12:30)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Estudo Japonês descobriu que genes do pai diminuem esperança de vida

Investigadores no Japão descobriram que ratos fêmeas produzidos com material genético de duas mães, mas sem pai, vivem mais do que ratos com a mistura normal de genes maternos e paternos.

Os ratos criados a partir de dois genes maternos (ratos bimaternos - BM) viveram uma média de 186 dias a mais do que os ratos criados a partir de um macho e uma fêmea. O período de vida médio de um destes ratos é de entre 600 e 700 dias, o que significa que os ratos BM vivem o triplo que os normais.

Os cientistas acreditam que a diferença na longevidade pode estar relacionada com o gene do cromossoma 9, associado ao crescimento pós-natal. Os ratos BM eram mais leves e mais pequenos que os normais, além de terem um melhor sistema imunitário.




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Balanço do segundo mês de actividade (Novembro 2009)

O blogue Ciência e Saúde XXI completou o seu segundo mês de actividade, contando já com um total de 1008 visitas (mais de 600 só neste mês) provenientes de 19 nacionalidades (Portugal, Brasil, E.U.A., Suíça, Irlanda, Espanha, Alemanha, Turquia, França, Itália, Eslovénia, Luxemburgo, Dinamarca, Peru, Costa Rica, México, Chile, Argentina e Paraguai).


Foram publicados um total de 25 posts, abrangendo variadíssimos temas da área a que nos propusemos. 


Concluída a sondagem do mês de Outubro, apresentamos os resultados:


domingo, 29 de novembro de 2009

Seringa implantável controla dosagem de medicamentos sem dor

Juntando a nanotecnologia com magnetismo, os cientistas encontraram a solução mais promissora, até o momento, para o conceito de "aplicação personalizada de medicamentos."

Aplicação personalizada de medicamentos

Muitas patologias como cancro, diabetes e dores crónicas, exigem medicamentos que não podem ser tomados oralmente isto porque, as doses devem ser intermitentes ou em quantidades ajustáveis durante um determinado período de tempo.


Já foram desenvolvidas várias técnicas para aplicações das chamadas drogas inteligentes - um processo chamado drug delivery, ou aplicação personalizada de medicamentos, numa tradução livre. Essas técnicas incluem fontes de calor ou de luz externas, chips eletrónicos implantados e outros estímulos que funcionam como uma chave liga-desliga para a liberação dos medicamentos no corpo.


Contudo, nenhuma dessas técnicas consegue fazer tudo o que se espera de uma forma de aplicação de medicamentos realmente inteligente: abrir e fechar repetidamente a dosagem do medicamento e dosear dosagens precisas, conforme a necessidade do paciente.

Nanotecnologia e magnetismo

Actualmente, graças à combinação de nanotecnologia e magnetismo, a equipa do Dr. Daniel Kohane, do Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, encontrou a solução mais promissora, até ao momento, para o conceito de "entrega de medicamentos".


O medicamento é misturado com nanopartículas magnéticas, feitas de óxido de ferro, e colocadas no interior de uma espécie de cápsula fabricada com uma membrana especial. A cápsula, por sua vez, é inserida no interior de um pequeno dispositivo biocompatível implantável, que mede menos de 1 centímetro de diâmetro. O dispositivo é passivo, sem necessidade de nenhum componente eletrónico.

Um campo magnético aplicado externamente aquece as nanopartículas magnéticas, distendendo a superfície da membrana da cápsula. Essa distensão abre poros temporários na membrana que permitem que o medicamento saia da cápsula e atinja o organismo. Quando o campo magnético é desligado, a membrana arrefece e fecha os poros, interrompendo a passagem do medicamento.

Seringa implantável

A dose libertada pode ser controlada precisamente pela duração do campo magnético e consegue-se manter constante ao longo de vários ciclos de funcionamento.

O dispositivo mostrou-se totalmente biocompatível nos testes em cobaias, sem toxicidade para as células e sem qualquer rejeição pelo sistema imunológico, mantendo-se totalmente funcional por 45 dias no organismo dos animais.
As membranas são activadas por temperaturas superiores às temperaturas apresentadas pelo organismo, não sendo afectado por estados de febre alta ou inflamação local.

O próximo passo da pesquisa será obter as autorizações necessárias para os testes em humanos.


Fontes:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias (dia 29/11/2009 às 12h15)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dia Nacional da Cultura Científica - Um olhar sobre a sua importância

 Comemora-se hoje o Dia Nacional da Cultura Científica, uma data essencial a ter em consideração, dada a sua importância, inclusive no quotidiano.
 Na verdade, dado que Ciência, Tecnologia e Sociedade estão intrinsecamente interligadas é fundamental ter noções mínimas básicas relativas a assuntos científicos para conseguirmos compreender muito do que é divulgado na actualidade. Um bom exemplo do que foi referido prende-se com as questões da bioética. 

 Como é sabido, nenhuma descoberta científica pode ser catalogada de "boa" ou "má", sendo que é o uso que desta é feito que tem de ser submetido a avaliação. Um dos casos mais conhecidos foi o da descoberta da radioactividade - este avanço científico só por si, não é catalogável e contudo, a partir desta descoberta foram possíveis novos tratamentos na medicina, a datação radiométrica de rochas, mas também a produção de armamento nuclear.
 Por este motivo, e dado as capacidades a nível científico que a espécie humana já possui, é fundamental proceder-se a uma avaliação ética relativamente à aplicação de cada avanço científico (nomeadamente, na área da biologia ou da medicina) em determinada área. Esta avaliação, apesar de dever ser levada a cabo por especialistas, deve também ser discutida pelos restantes cidadãos, dada a importância que determinada prática, uma vez aprovada, terá na vida destes. Contudo, essa discussão não deve limitar-se a um "atirar de opiniões", como aconteceu, por exemplo, aquando da discussão da despenalização e liberalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, mas pelo contrário, deve ser baseada em factos e estudos científicos. Aqui entra a importância da cultura científica, por vezes tão negligenciada pelos cidadãos e pelos mass media

 É claro que a importância da cultura científica não se resume só a este aspecto, contudo, ele é por si só justifica um incremento nos conhecimentos gerais relativos à ciência.


Prémio Pedro Hispano 2009 entregue a dois médicos - Daniel Serrão e João Lobo Antunes


 Foi entregue Sábado passado o Prémio Pedro Hispano a dois médicos, Daniel Serrão e João Lobo Antunes, que se distinguem pelos seus importantes contributos na área da Medicina. 
 O Professor Daniel Serrão conta com mais de trezentos artigos científicos publicados, tendo se desatacado, inclusive a nível internacional na área da bioética, enquanto o Doutor João Lobo Antunes, apesar da sua importância a nível da bioética, destacou-se sobretudo como neurocirurgião, tendo sido o primeiro médico da história a implantar um olho electrónico num indivíduo invisual.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Identificada associação entre obesidade na adolescência e esclerose múltipla

Adolescentes obesas podem ter um risco duas vezes superior de vi a desenvolver esclerose múltipla depois de atingir a idade adulta. Esta é a conclusão geral de um estudo publicado na edição de 10 de Novembro da revista Neurology. Kassandra Munger e colegas, da Harvard School of Public Health em Boston (EUA), analisaram 238371 mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, que responderam, em cada dois anos, a um questionários sobre indicadores de saúde. Num período de 40 anos , 593 dessas mulheres desenvolveram esclerose múltipla. Verificou-se que as mulheres que apresentavam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 (consideradas obesas)aos 18 anos tinham um risco duas vezes superior de desenvolver a doença comparativamente às que tinham o IMC entre os 18,5 eos 20,9. De notar que o risco de desenvolver esclerose múltipla em mulheres apenas com excesso de peso só aumentou ligeiramente. O estudo permitiu ainda constatar que a obesidade em crianças com idades entre os cinco e os 10 anos não estava associada ao risco de desenvolvimento de esclerose múltipla. Também não foi encontrada nenhuma correlação entre o IMC na idade adulta e o risco de desenvolvimento da doença. Uma das explicações avançadas por Munger para justificar o risco aumentado em mulheres que foram obesas na adolescência consiste no facto de se pensar que níveis elevados de vitamina D reduzirem o risco de desenvolver esclerose múltipla, sendo que as pessoas obesas têm níveis reduzidos daquela vitamina. Por outro lado, o tecido adiposo produz substâncias que afectam o sistema imunitário e alguns tipos de células que se julga estarem associadas à doença. Apesar de serem necessários mais estudos que comprovem e especifiquem os mecanismos da associação entre a obesidade na adolescência e o desenvolvimento de esclerose múltipla, este estudo revela que a doença tem uma etiologia que envolve tanto factores ambientais como genéticos.

Fontes: Revista 'Semana Médica', nº 560, 12 a 18 de Novembro 2009 

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Gravidez: Células cancerígenas podem atravessar a placenta

Num estudo efectuado no Instituto de Investigação de Cancro, em Sutton, no Reino Unido, as células cancerígenas da mãe podem atravessar a placenta provocando doenças no feto.


Durante uma investigação os cientistas detectaram um caso estranho, em que um bebé apresentava células cancerígenas que coincidiam com as da mãe, uma mulher japonesa, de 28 anos, que desenvolveu leucemia pouco tempo após o parto, cuja filha 11 meses após o nascimento também desenvolveu leucemia. A análise realizada a nível genético revelou características semelhantes entre as células cancerígenas da mãe e da filha. No teste, posteriormente efectuado, às células sanguíneas do bebé, que foram recolhidas durante o parto mostram que a bebé possuía as células cancerígenas desde a nascença.

Após realização de análises genéticas mais aprofundadas descobriu-se que as células de leucemia do bebé não possuíam uma região de DNA, tendo sido identificadas como intrusas pelo sistema imunitário e, posteriormente, eliminadas. Os cientistas que realizaram estas investigações acreditam que a perda do código genético permitiu a passagem das células cancerígenas pela placenta e a falta de reconhecimento imunitário.

Um dos cientistas, Greaves, explica que as células cancerígenas da mãe atravessaram a placenta, chegando ao feto e instalaram-se tornando-se invisíveis ao sistema imunitário e acrescenta que a probabilidade de essas células cancerígenas passarem para o feto são poucas. Outro dos cientistas salienta que esta investigação é uma prova que os problemas cancerígenos precisam de ‘enganar’ o sistema imunitário antes de se desenvolverem, pelo que sendo possível alertar o sistema de detecção de presença destas células haja uma possibilidade de desenvolver novas formas de tratamento.

sábado, 14 de novembro de 2009

Descoberta de água na Lua

Dados importantes




Foi ontem, dia 13 de Novembro, sexta-feira, anunciado pela Nasa (agência espacial americana) a descoberta de grande quantidade de água na Lua durante a análise de recolhas experimentais recolhidas no mês passado.

As experiências constaram no lançamento de um foguete e, logo depois, na realização de uma cratera, perto do pólo sul lunar utilizando, para esse efeito, uma sonda especializada.

Os cientistas da Nasa disseram que os instrumentos detectaram água numa coluna de detritos criada após as colisões: "De facto, nós encontramos água. E não encontramos pouca, encontramos uma quantidade significativa", disse Anthony Colaprete, o principal responsável pela experiência no Centro Ames de Investigação, da Nasa, no Estado Americano da Califórnia.

Os impactos levantaram cerca de 90 litros de água, estimou Colaprete.

A identificação de água na Lua é importante por motivos científicos, mas a presença do recurso poderá também ser benéfico para futuras expedições tripuladas ao satélite natural da Terra.

Análises

"Estamos a revelar os mistérios do nosso vizinho mais próximo e, por extensão, do Sistema Solar", disse Michael Wargo, cientista especializado em Lua da Nasa. Se a água encontrada tiver biliões de anos, pode conter informações sobre a origem do Sistema Solar e, se encontrada em grandes quantidades, poderá vir a ser usada em viagens espaciais.

O grande passo seguinte será a análise de toda a água e materiais encontrados e o aguardar por mais detalhes que se esperam de grande utilidade e de máxima importância.

Fontes:
http://colunas.g1.com.br/files/21/2009/09/agua_na_lua_595_298.jpg - dia 14/11/2009 (9h00)
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,nasa-anuncia-descoberta-de-agua-em-cratera-da-lua,466070,0.htm -dia 14/11/2009 (9h15)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dia da ciência: Para derrubar os muros na Ciência

 Hoje, dia 10 de Novembro, comemora-se o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, um dia habitualmente celebrado pensando nos benefícios que a ciência trouxe e poderá vir a trazer, no âmbito da criação de um mundo sustentável, mais igualitário e pacífico. Nesse aspecto, exemplos não faltam. Na verdade, não podemos catalogar as descobertas científicas como "boas" ou "más", apenas podemos julgar o uso feito delas e, cada vez mais, tem havido um ênfase maior no uso dos conhecimentos científicos para a promoção de práticas que tenham efeitos benéficos na sociedade e no ambiente, nomeadamente nos países menos desenvolvidos.

 Porém, não só a ciência influencia a sociedade, como também a sociedade influencia a ciência, tanto de forma positiva, como negativa e um bom exemplo disso foi o período de Guerra Fria, simbolizado pelo Muro de Berlim, cuja queda celebra vinte anos. 
 Conflitos e tensões entre as nações, exemplificadas pela divisão entre os blocos comunista e capitalista, na altura, são altamente prejudiciais para a ciência, levando a que haja menos diálogo, cooperação e partilha de conhecimentos entre a comunidade científica, o que consequentemente se traduz num menor avanço científico (e o avanço existente é apenas numa óptica de propaganda e competição, não tendo como verdadeiro fim um desenvolvimento científico e/ou social). E daí, que muitos dos avanços científicos ocidentais fossem desconhecidos no leste e que muitos das descobertas feitas no leste só agora estejam a ser aproveitadas no ocidente.

domingo, 8 de novembro de 2009

Encontrada glicina em cometa

Investigadores da NASA detectaram a presença do aminoácido glicina (NH2CH2COOH) em amostras de poeiras do cometa Wild 2, recolhidas durante a passagem da sonda espacial Stardust em Janeiro de 2004 e devolvidas à Terra onde foram recuperadas em Janeiro de 2006.

Como a glicina é um dos componentes estruturais das proteínas, a sua presença num cometa reforça a ideia de que as moléculas essenciais à criação da vida se encontram espalhadas pelo universo. A astrónoma Jamie Elsila do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, EUA, anunciou a descoberta, que será apresentada numa edição próxima da publicação científica Meteoritics & Planetary Science.
 
Apesar dos astrónomos já suspeitarem há muito tempo que seria possível a glicina formar-se através dos processos exóticos e gelados da química espacial, a demonstração desta possibilidade tinha, até o momento, permanecido fugidia.

 
De facto, a complexidade do aminoácido torna a sua identificação através de métodos espectrais extremamente difícil.


Apesar dos investigadores terem procurado avidamente a sua detecção no espaço interestelar durante décadas, os alegados sucessos reportados têm sido frequentemente contestados e mesmo retractados.
 
Assim, uma identificação definitiva de glicina através dos detectores baseados em aerogéis da Stardust pode sugerir que, pelo menos nos cometas, a química básica da vida é possível.



Fontes: Revista Química, Jul-Set 2009, 114 

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vírus bacteriófagos: Uma alternativa aos antibióticos tradicionais

Bactérias, como as causadoras da tuberculose e da pneumonia, estão a tornar-se cada vez mais resistentes aos antibióticos e às vacinas tradicionalmente administradas e, como tal, é necessário encontrar novas alternativas ao combate destes agentes patogénicos.

Uma das alternativas em estudo relaciona-se com a utilização de vírus bacteriófagos, ou seja, vírus que infectam as bactérias, servindo-se delas para a sua própria reprodução (dado os vírus não se conseguirem reproduzir sozinhos) e inutilizando assim as bactérias (ver imagem em baixo).Os vírus utilizados têm de ser seleccionados de forma a atacar especificamente aquelas bactérias e a não ser, ao mesmo tempo, prejudiciais para o organismo humano. 

Os resultados dos testes recentes são satisfatórios. Cientistas britânicos conseguiram reduzir o número de indivíduos de Pseudomonas aeruginosa (bactéria extremamente resistente que causa infecções no ouvido) em pacientes infectados com esta bactéria, recorrendo a vírus bacteriófagos. O desafio actual prende-se com o desenvolvimento de bacteriófagos modificados, mais resistentes e eficazes.

 O uso de vírus bacteriófagos no tratamento contra algumas bactérias já foi utilizado até aos anos 40 no Ocidente (tendo sido abandonado com a chegada dos antibióticos) e era frequentemente utilizado na União Soviética. Actualmente na Geórgia ainda se utiliza por vezes este método.

Fontes: http://www.newscientist.com/search?doSearch=true&query=bacteriophage (3/11/2009 18:00)
           http://en.wikipedia.org/wiki/Bacteriophage (3/11/2009 18:00)

domingo, 1 de novembro de 2009

Robô realiza experiências sem intervenção humana

Investigadores britânicos criaram a primeira máquina capaz de realizar experiências científicas e fazer descobertas sem intervenção humana, indica um estudo publicado, esta sexta-feira, pela revista Science.
O robô chama-se Adão e foi desenhado e desenvolvido por equipas de cientistas das Universidades de Aberystwyth, do País de Gales, e Cambridge, para executar automaticamente várias etapas de investigações.
Graças à inteligência artificial, a máquina fez descobertas a partir da recolha e classificação de resultados de experiências que realizou.
De acordo com um dos criadores, Ross King, da universidade galesa, Adão trabalhou e chegou a conclusões, depois verificadas manualmente, sobre o genoma da levedura, um organismo usado pelos cientistas para estudar sistemas biológicos mais complexos.
Este robot criou experiências para demonstrar as suas hipóteses, realizou testes, interpretou resultados e repetiu ciclos que apresentam um elevado grau de minúcia e que «são trabalhos difíceis e penosos para cientistas humanos, mas fáceis para um robô».
Em breve o “jovem Adão” juntar-se-á a Eva, estando este programado para trabalhar com doenças infecciosas, como a malária.

Fontes: http://diario.iol.pt/tecnologia/tecnologia-robo-tvi24-ciencia-robot-descoberta/1054464-4069.html (1/11/2009; 18h00)

Balanço do primeiro mês de actividade (Outubro 2009)

O blogue Ciência e Saúde XXI completou o seu primeiro mês de actividade, tendo  o número de visitas ao nosso blogue sido bastante satisfatório. Recebemos no total 394 visitas, provenientes de várias nacionalidades (Portugal, Brasil, E.U.A., Suíça, Irlanda, Espanha e Alemanha).


Foram publicados um total de quinze posts, abrangendo variadíssimos temas da área a que nos propusemos. 


Concluída a sondagem do mês de Outubro, apresentamos os resultados:



No mês de Novembro daremos continuidade às iniciativas deste blogue, com novos posts, imagens, citações e uma nova sondagem.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Primeira mão artificial com sensibilidade

Uma equipa de cientistas italianos e suecos criou a primeira mão artificial com sensibilidade. A nova prótese funciona com quatro motores e 40 sensores, que serão ligados ao cérebro de um doente amputado.
O primeiro paciente a testar esta invenção foi um rapaz de 22 anos, Robin Af Ekenstam, que perdeu a mão, três anos atrás, por causa de um cancro agressivo que se podia espalhar pelo corpo.

Uma equipa médica na Suécia colocou a nova mão em Robin num procedimento complicado que liga terminações nervosas do braço dele a micro receptores na mão robótica.
Segundo a equipa, o próximo passo pode ser uma versão em implante, que ficaria permanentemente conectada ao braço e ao cérebro.


Fontes: Revista Sábado, Nº287
http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2009/10/091019_maorobotica_video.shtml (29/10/2009, 21h)

domingo, 25 de outubro de 2009

O grande acelerador de partículas está de volta

O grande acelerador de partículas LHC está pronto para o seu regresso, depois de um ano de reparações, após o acidente que colocou em causa o seu funcionamento, conta o El País.
Toda a máquina científica está a 270 graus negativos (temperatura exigida para a operação) e está programado começar este sábado a injectar um feixe de protões num dos sectores.

O LHC mede 27 quilómetros de diâmetro e está instalado num túnel na fronteira franco-suíça, no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN).

A actividade do acelerador de partículas começou a 10 de Setembro de 2008, mas logo depois sofreu uma gravíssima avaria.

 

Fontes: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia (25/10/2009 - 10h00)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nova terapia genética para a doença de Parkinson com resultados encorajadores

Parkinson é uma neurodegenerativa, caracterizada por tremores, hipocinesia (inadequação da contracção do coração numa dada região), rigidez e instabilidade postural, que afecta 20 mil pessoas em Portugal e 6 milhões e meio no mundo.



Um equipa do Centro de Investigação Molecular de Fontenay-aus-Roses, em França,testou uma nova terapia genética em macacos, tendo a taxa de sucesso sido de 80% de recuperação, passados 44 meses da injecção de tratamento. O tratamento é produzido pela sociedade britânica Oxford Biomédica, promotora do ensaio humano.


Os cientistas, para simular a doença de Parkinson nos macacos, administraram uma neurotoxina que lhes provocou os sintomas da doença e de seguida injectaram um vírus do cavalo (anemia infecciosa equina) sem perigo para o homem, o que provocou reacções no nível de dopamina existente no cérebro.


É a perda de dopamina que provoca o descontrolo dos movimentos do corpo. O tratamento para esta doença, actualmente, é a administração de medicamentos que aumentam o nível de dopamina no cérebro, mas não na quantidade ideal para os níveis estabilizarem.


A primeira fase do ensaio envolveu 6 pacientes, na segunda abrangerá doze, e numa terceira fase, que não ocorrerá antes de 2013, o ensaio será realizado com um número alargado. Os resultados nos primeiros pacientes foram uma diminuição dos movimentos involuntários e da postura anormal e sem efeitos secundários como inflamações cerebrais.

Fontes: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1391637&seccao=Sa%FAde   (23/10/2009 14h)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Bateria carrega telemóvel em 10 segundos

No passado mês de Março foi publicado um estudo na revista Nature, acerca de um modelo de bateria, criado por dois cientistas norte-americanos, capaz de acelerar rapidamente uma viatura ou de carregar um telemóvel em apenas 10 segundos.
O modelo de bateria de lithium-fer-fosfato (LiFePO4), uma vez produzida industrialmente, será mais pequena e mais leve que os modelos actuais e poderá ser recarregada mais rapidamente (dado que as baterias actuais demoram várias horas no seu processo de carregamento e descarregamento), precisou um comunicado do Instituto de Tecnologias do Massachusetts (MIT, sigla em inglês), onde decorreu a investigação.

Com a descoberta de Byoungwoo Kang e Gerbrand Ceder, os investigadores referidos do MIT, uma bateria de um carro poderá, desde que tenha um carregador adaptado, ser recarregada em cinco minutos, contra as seis a oito horas que demoram actualmente a carregar, e a de um telemóvel em 10 segundos.


Fontes: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Tecnologia/ (19/10/2009 - 22h00)

Citação da semana


"Não há nada que atrapalhe mais o desenvolvimento científico
do que o desejo de que ele aconteça rápido demais"



François Mauriac (Físico)

domingo, 18 de outubro de 2009

"Vacina universal" contra a gripe em fase de testes

Todos os anos é necessário produzir uma nova vacina contra o vírus da gripe sazonal, dado que este vírus sofre anualmente variadas mutações, contra as quais o nosso sistema imunitário ainda não está preparado para combater. Contudo, é possível que este cenário não se venha a repetir em anos futuros, dado que a empresa farmacêutica Acambis está a produzir uma vacina que, consegue combater o vírus sazonal (mesmo com todas as eventuais mutações que podem advir) e outras estirpes pandémicas do vírus da gripe, como o mediático H1N1, oferecendo como tal uma "protecção praticamente vitalícia" contra o vírus da gripe.


Atacar o "ponto fraco" do vírus da gripe


 O vírus da gripe (influenza) é constituído, pela glicoproteína hemaglutinina, por enzimas neuraminidase e pelo canal iónico M2, entre outros componentes.
 O nosso sistema imunitário "ataca" sobretudo a glicoproteína hemaglutinina e as enzimas neuraminidase, regiões do vírus que sofrem mutações muito rapidamente. As vacinas produzidas para cada vaga de gripe sazonal têm igualmente como alvo, a hemaglutinina. Isto leva a que todas os anos, possamos ser afectados pelo vírus da gripe e que tenham de ser produzidas novas vacinas.
 Todavia, existe uma zona no vírus da gripe que raramente sofre mutações, sendo a sua constituição similar em todas as estirpes do vírus - trata-se de uma sequência de aminoácidos denominada M2e, que está presente no canal iónico M2. A empresa farmacêutica Acambis está como tal, a produzir uma vacina que induzisse as células do sistema imunitário a atacar a sequência M2e, permitindo que o nosso organismo fique protegido contra todas as estirpes do vírus e suas eventuais mutações. Os primeiros testes da vacina em humanos foram animadores, estando ainda a eficácia da vacina a ser actualmente testada.

Vacinar ou não vacinar?

As mulheres grávidas constituem um "grupo de risco" na pandemia de gripe A. Porém, são muitas as grávidas que se recusam a tomar a vacina contra o vírus H1N1, com medo dos seus efeitos secundários. Contudo, estudos sugerem que se uma mulher ficar com gripe durante a gravidez as consequências serão piores. Estudos estatísticos revelaram que os indivíduos, que estavam no ventre materno em épocas de grandes pandemias de gripe, como a a gripe espanhola (1917/18), revelaram, posteriormente, um maior risco de desenvolver ataques cardíacos e esquizofrenia e um pior desempenho em testes cognitivos.

Fontes: http://www.newscientist.com/article/mg20327220.100-universal-vaccine-could-put-an-end-to-all-flu.html (18/10/2009 - 16h)
           Flanders Institute for Biotechnology (2008, January 25). Universal Influenza Vaccine Tested Successfully In Humans. ScienceDaily. Retrieved October 18, 2009, from   http://www.sciencedaily.com/releases/2008/01/080124185522.htm (18/10/2009 - 16h)
           http://www.newscientist.com/article/mg20427293.200-flu-in-pregnancy-leaves-a-mean-legacy.html (18/10/2009 - 16h)
           

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dia Mundial da Alimentação



Anualmente, no dia 16 de Outubro, celebra-se, em mais de 150 países, o Dia Mundial da Alimentação, como dia comemorativo da criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO - Food and Agriculture Organization),em 1945.
Neste dia, celebrado pela primeira vez em 1981, é destacado um tema a partir do qual são realizadas várias actividades. Os temas dos últimos anos foram:
2000 - “Um milénio sem fome" (A Millennium Free from Hunger).
2001 - "Combater a fome para reduzir a pobreza" (Fight Hunger to Reduce Poverty)
2002 - “A Água, fonte da Segurança Alimentar"
2003 - "Trabalhar juntos para criar uma Aliança Internacional contra a Fome"
2004 - “Biodiversidade e Segurança Alimentar"
2005 - "Agricultura e diálogo de culturas"
2006-2007 - “O Direito à Alimentação”
2008 -“Segurança alimentar mundial: os desafios das mudanças climáticas e a bioenergia”


O  tema para o ano de 2009 é “Atingir segurança alimentar em tempos de crise” (“Achieving Food Security in Times of Crisis”).
A alimentação é um direito universal, contudo, actualmente, mais de 1,2 biliões de pessoas em todo o mundo vive sob o limiar da pobreza (definido pela ONU como sendo pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia, o que seria o mínimo necessário para sobreviver).
Para sensibilizar a população sobre a dimensão da fome no mundo, a FAO lançou em 1997 a TeleFood, que é uma campanha de concertos, espectáculos desportivos e outras actividades. O objectivo é aproveitar a força dos meios de comunicação e a participação das figuras públicas para fomentar a consciencialização e mobilizar recursos para a luta contra a fome.
As doações recebidas já possibilitaram que camponeses pobres de 122 países beneficiassem de mais de 1600 projectos destinados a aumentar a produção agrária e a conseguir uma alimentação mais adequada.

A ciência pode desempenhar um importante papel nesta área, nomeadamente, estudando formas de melhorar o rendimento agrícola; desenvolvendo práticas agrícolas sustentáveis e que assegurem a produção por várias gerações, especialmente nos países subdesenvolvidos (como técnicas de captação máxima de água). Também o papel dos alimentos transgénicos (com modificações genéticas) pode ser vital para o combate contra a fome, porém, as consequências ambientais da introdução de culturas transgénicas ainda não são bem conhecidas.


Fontes: http://www.centrovegetariano.org/Article-322-Dia+Mundial+da+Alimenta%25E7%25E3o.html
           http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_da_Alimenta%C3%A7%C3%A3o
           http://www.feedingminds.org/info/wfd_pt.htm
           http://www.fao.org/getinvolved/worldfoodday/en/
           http://en.wikipedia.org/wiki/World_Food_Day
           IMAGENS: FAO

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Português descodifica genoma do cancro da mama

Uma descoberta que pode abrir portas para um tratamento diferenciado de cada fase do cancro.
Graças à tecnologia que permite sequenciar o ADN, Samuel Aparício e a equipa de cientistas compararam as mutações encontradas numa fase mais avançada da doença, com as detectadas quando esta ainda estava em fase inicial. 

Descobriu que estas não evoluem todas da mesma forma: "As mutações dos tumores não são homogéneas, como se pensava", mas vão variando conforme a fase da doença, como provou o trabalho da sua equipa da BC Cancer Agency, uma fundação científica com sede em Vancouver, onde trabalha há quatro anos.

A investigação começou há nove anos, quando ainda estava no Reino Unido. Ao estudar uma doente Samuel e a equipa conseguiram ver que o cancro primário que lhe tinha sido diagnosticado tinha sofrido mutações.
Isto é, de início, existiam 11 mutações no tumor na fase primária da doença, tendo sido encontradas outras 32 numa fase mais avançada. Apenas cinco dos erros foram encontrados em todas as células, nas duas fases. Seis deles apresentavam-se com frequências bastante menores (entre um e 13 por cento).
Dezanove mutações foram detectadas numa fase mais avançada, apesar de não estarem presentes no início. Duas delas não se conseguiram estudar por razões técnicas.
Agora o trabalho do português passa por sequenciar tumores em ensaios clínicos para ter mais casos para trabalhar no estudo dos genomas. 
A investigação da sua equipa vai testar novos fármacos adaptados às (agora diferentes) fases da doença e tentar perceber se nestas mutações dos tumores existe algum padrão.

Fontes: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1384944&seccao=Sa%FAde (10/10/2009, 16h35)
http://www.nature.com/nature/journal/v461/n7265/covers/ (12/10/2009, 14h40)

Novo aparelho de ventilação permite que doentes com insuficiência respiratória façam a sua vida normalmente

Existem várias doenças a nível do foro respiratório, como a asma, o cancro do pulmão, a faringite e a rinite (quatro das mais conhecidas). Há também uma doença denominada por insuficiência respiratória, que é caracterizada pela dificuldade em captar oxigénio e expulsar dióxido de carbono dos pulmões, que acabam por conter muito mais dióxido de carbono, o que é prejudicial para a saúde do ser humano.

Os indivíduos que sofrem desta doença passam a maioria do seu tempo no hospital ou acamados, devido a terem de estar constantemente ligados a um sistema de ventilação, fazendo com que deixem de ter vida pessoal. Finalmente inventaram um sistema de ventilação portátil, o que permite aos doentes maior qualidade de vida. O Hospital S. João, no Porto, é o hospital pioneiro na introdução deste novo sistema. Os doentes afectados com esta insuficiência podem agora viajar para onde querem e estar em qualquer divisão da sua casa.

Podem ver a reportagem desta noticia no seguinte link:

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/NoticiasVida/2009/9/novo-sistema-de-ventilacao-pode-ser-transportado-para-casa.htm


Fontes: http://sic.sapo.pt (11/10/2009 - 17h)

sábado, 10 de outubro de 2009

Descoberto elo de ligação entre animais terrestres e aquáticos

Uma importante descoberta




Em abril de 2000, foram descobertos, em rochas do Leste da Europa, fósseis de um animal parecido com os crocodilos que teria sido ancestral dos anfíbios e a primeira espécie de vertebrado a deixar a vida exclusivamente aquática. Porém, estes não passaram de pedaços de mandíbula pouco conclusivos. Contudo, o chefe da pesquisa, Per Ahlberg, do Museu de História Natural, em Londres, disse na ocasião: "Um esqueleto completo de um desses animais seria uma das maiores descobertas do século".


Ao que parece a descoberta do século ocorreu efectivamente: no início de Abril de 2006, inserido no projecto de investigação de campo Nunavut, foram encontrados no Canadá numerosos esqueletos fossilizados de um peixe de 375 milhões de anos. Os prinicipais locais de investigação foram rios (no Árctico Canadiano, a 600 km do Pólo Norte) e houve uma tentativa de contextualização do seu período histórico (Devónico). Com grande entusiamo, concluiu-se que este representa o elo perdido na evolução entre peixes que habitavam exclusivamente ambientes aquáticos e a vida na Terra.

O fóssil do peixe foi designado por Tiktaalik e revela uma grande importância devido ao facto de preencher uma lacuna entre os peixes primitivos e os primeiros vertebrados a dominaram a terra firme. O mais primitivo tetrápode (animal que se locomovia em terra firme, nas quatro patas, ou seja, que desenvolveu uma série de estruturas semelhantes aos membros) é o Acanthostega, e o peixe que anteriormente era tido como o que com ele mais se relacionava era o Panderichthys. O Tiktaalik preenche o espaço entre estas duas formas, mostrando como evoluíram os membros, particularmente os pés e as mãos, tornando possível que os vertebrados dominassem a terra firme.


Para comprovar esta linha de pensamento transitória, há ainda uma série de características que este animal apresenta e que devem ser mencionadas e analisadas cuidadosamente:

     - O animal tinha barbatanas semelhantes a membros;
     - Deveria andar em terra de forma parecida com a das focas.
     - Há estruturas primitivas que muito se aproximam de tornozelos, cotovelos e ombros.
     - O peixe tinha também a cabeça achatada, semelhante à de um crocodilo, pescoço, quadris e outras partes do corpo similares às de animais de quatro patas.


Estes estudos revelam a importância do constante estudo e evolução científica, nomeadamente do campo da paleontologia que tanto contribui para o nosso entendimento do Mundo, do seu Passado, Presente e Futuro.




O período Devónico:


Na escala de tempo geológico, o Devónico é o período da era Paleozóica do éon Fanerozóico que está compreendido entre 416 milhões e 359 milhões e 200 mil anos atrás, aproximadamente. O período Devónico sucede o período Siluriano e precede o período Carbonífero, ambos de sua era. Divide-se nas épocas Devónica Inferior, Devónica Média e Devónica Superior, da mais antiga para a mais recente.
Durante o Devónico, aparecem os primeiros anfíbios, licopsídeos e pró-gimnospermas.

Fontes: www.godlessgeeks.com/LINKS/MissingLink.htm (dia 9/10/2009, às 23h40)
           http://www.haysvillelibrary.wordpress.com/ (dia 10/10/2009, às 13h30)
           www.90.homepage.villanova.edu/....tiktaalik.html (dia 10/10/2009, às 14h30)

Domesticar Animais Selvagens


A domesticação de animais selvagens constituiu um marco histórico na história do Homem. Na verdade, este foi um dos factores que mais contribuiu para a fixação da espécie humana em comunidades e ao abandono do nomadismo, visto que, com animais domesticados, criados pelo próprio Homem, as caçadas já não eram necessárias para obter alimento. Este processo, que se iniciou há cerca  de dez mil anos atrás, consistiu na selecção dos indivíduos mais mansos de espécies selvagens, que ao cruzarem-se entre si, deram origem a animais domesticados, num processo conhecido por selecção artificial. Tomemos o exemplo das cabras domésticas: Há cerca de dez mil anos, os nossos antepassados escolheram as cabras-selvagens mais mansas de uma população, que se cruzaram entre si, tendo se obtido, passado algumas gerações, a cabra doméstica. Porém quanto tempo foi preciso para ter ocorrido essa domesticação?


Raposas domesticadas e ratos super-agressivos


Para tentar responder a essa questão, o cientista soviético Dimitri Belyaev (imagem à direita) seleccionou em 1959, 130 raposas cinzentas relativamente "amigáveis" que levou para o seu laboratório em Novosibirsk. Belyaev começou a criar estas raposas, tendo permitido que apenas as mais mansas se reproduzissem. Dentro de um período de apenas vinte anos, Belyaev tinha criado raposas domesticadas. Estas, diferenciavam-se das raposas selvagens, por terem uma maior caixa craniana, caudas mais curtas e níveis mais elevados de um neurotransmissor que inibe comportamentos agressivos. Nos anos 80, a equipa de Belyaev testou, nos mesmos moldes de selecção de características, esta experiência com ratos, tendo obtido, passado pouco tempo, uma população de ratos extremamente amigáveis e outra de ratos extremamente agressivos.


Importância na sociedade

Cientistas alemães estão actualmente a dar continuidades a estas experiências, procurando uma base genética comum para a domesticação Isto seria de extrema importância para a sociedade. Por exemplo, caso o búfalo africano fosse domesticado, tornar-se-ia numa preciosa ajuda aos povos da África Sub-Sariana, pois estaria melhor adaptado às condições locais, podendo ser uma fonte importante de carne e leite. Também algumas espécies extremamente ameaçadas, teriam mais hipóteses de sobrevivência caso fossem domesticadas.

 Este vídeo mostra o comportamento das Raposas Domesticadas:


Fontes: http://www.newscientist.com/article/mg20427281.500-my-little-zebra-the-secrets-of-domestication.html (9/08/2009 - 18h)
           http://en.wikipedia.org/wiki/Domesticated_silver_fox
 
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