terça-feira, 31 de agosto de 2010

Descoberto sistema planetário semelhante ao Sistema Solar

 Um sistema planetário, como o sistema solar, engloba, entre outros corpos, uma estrela, em torno da qual orbitam vários planetas. No universo existem vários sistemas planetários e uma equipa internacional de investigadores, da qual faziam parte dois portugueses, identificou aquele que, até ao momento, é o sistema mais parecido com o nosso (sistema solar).

 Neste sistema planetário existem provavelmente sete planetas principais, ou seja, menos um que no nosso (de lembrar que Plutão é considerado um planeta-anão), que orbitam em volta da estrela HD 10180, uma estrela de massa similar à do Sol. É certa a presença de cinco planetas no sistema planetário, todos eles gasosos, sendo que os cientistas suspeitam da presença de outros dois - um similar a Saturno e outro com 1,4 vezes a massa da Terra.

 Este sistema planetário está situado a 127 anos-luz da Terra, sendo que o planeta pouco maior que a Terra deverá ser rochoso. Contudo, exclui-se a hipótese de existência de vida nesse planeta, pois encontra-se demasiado próximo da estrela, demorando um ano, naquele planeta, cerca de 28 horas.

Fonte: http://www.publico.pt/Ciências/descoberto-o-sistema-solar-mais-parecido-com-o-nosso_1452689

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Doação de órgãos - Um acto de solidariedade

 A doação de órgãos, quer em vivo, quer após a morte, é um acto de solidariedade que pode ajudar a salvar várias vidas, dado os órgãos doados serem utilizados em transplantes. 

 Os indivíduos que pretendem doar órgãos, enquanto estão vivos, podem fazê-lo, desde que apresentem as condições de saúde necessárias. Em Portugal existem unidades de transplantação de rim, fígado, coração, córnea, pâncreas, pulmão e medula óssea, localizando-se todas as unidades em hospitais públicos. Já no Brasil, é possível a doação de rim, fígado, coração, córnea, pâncreas, pulmão, medula óssea, pele e válvulas cardíacas. 

 Já os indivíduos que pretendam doar órgãos após a sua morte desconhecem muitas vezes quais os passos que devem dar. Dessa forma, e dado que tornar-se um doador pós-morte é extremamente simples, mas também importante, passo a explicar qual a lei vigente em Portugal e, a pedido do Ministério da Saúde Brasileiro, no Brasil.

Em Portugal:

 Em Portugal, qualquer indivíduo (que tenha a cidadania portuguesa, ou que seja estrangeiro residente em Portugal) é considerado doador à nascença. Isto, porque a lei vigente em Portugal assume que todos os indivíduos se dispõem a doar órgãos, após a sua morte. Sendo assim, ao contrário do que se passa noutros países, não é necessário realizar qualquer pedido, formal ou informal, informando do desejo de doação dos órgãos pós-morte. Contudo, os indivíduos que não concordem com esta lei podem, no Centro de Saúde, entregar um impresso, no qual exprimem o desejo de que não lhes sejam retirados órgãos após a morte. A lei aplicada em Portugal, no que concerne a este tema, é similar à vigente na Espanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Luxemburgo, Polónia e República Checa.

No Brasil:

 No Brasil, a lei não assume que ninguém seja doador à nascença. Dessa forma, qualquer indivíduo que esteja interessado em doar órgãos deve dizê-lo aos seus familiares, expressando claramente o seu desejo. Não é necessário o indivíduo deixar nada por escrito, mas deve-se assegurar que os familiares se comprometem a autorizar, por escrito, a doação de órgãos pós-morte.  

 Lembre-se: São vidas humanas que estão em jogo e tudo depende de uma simples conversa com os seus familiares.

Para mais informações consulte: 


 Brasil: Portal do Ministério da Saúde - Transplantes
             Contacte: comunicacao@saude.gov.br

domingo, 22 de agosto de 2010

Células NK podem facilitar transplante de fígado

 As células NK (Natural Killer cells), também denominadas células assassinas, são um tipo de leucócitos (glóbulos brancos), mais propriamente de linfócitos T, que desempenham uma importante função em termos de destruição de células cancerígenas ou infectadas por vírus. Contudo, um tipo especial de células NK, denominadas células NKTreg, podem no futuro vir a desempenhar um importante papel, no que toca à aceitação de órgãos transplantados.

 A rejeição de órgãos transplantados está relacionada com a actividade do sistema imunitário, nomeadamente de outro tipo de linfócitos T. Porém, investigadores portugueses da Universidade de Lisboa, através de estudos  envolvendo fígados de ratos, descobriram que as células NKTreg possuem um gene que controlava os linfócitos T reguladores,  o que permitiu suprimir a actividade imunitária que ocorria nos fígados dos ratos.

 Como as células NKTreg apenas suprimiram a acção imunitária no fígado (e não no organismo inteiro) e dado estas células também existirem nos seres humanos, há possibilidade de que, no futuro, este tipo de linfócitos possa ser utilizado para evitar rejeições de transplante de fígado.

Fontes: http://www.newscientist.com/article/mg20727744.100-killer-tcells-the-fix-for-organ-rejection.html
           http://www.publico.pt/Ciências/descobertas-celulas-amigas-do-transplante-de-figado_1450886 (22/08/2010)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Identificado gene relacionado com as enxaquecas


 É sabido que factores ambientais, como o stress, a alimentação e as alterações do número de horas de sono, contribuem fortemente para o aparecimento de enxaquecas. Contudo, investigadores do ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, localizado no Porto, em Portugal) descobriram que existe um gene associado a esta doença.

 O gene em questão denomina-se STX1A e é responsável pela produção de sintaxina 1A, uma proteína (cuja estrutura está representada na imagem da direita) que por sua vez tem como função a regulação da libertação de neurotransmissores (substâncias químicas que transmitem um sinal nervoso de um neurónio para outro ou para uma célula-alvo, durante uma sinapse) no Sistema Nervoso Central. 

 A amostra analisada pelos investigadores do ICBAS era composta por 188 indivíduos que padeciam de enxaquecas e 287 que não sofriam desse problema (grupo de controlo). No grupo dos indivíduos doentes foram detectadas duas variações do gene STX1A, o que sugere que estas estão directamente relacionadas com uma maior susceptibilidade do indivíduo ao desenvolvimento desta patologia.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=44604&op=all#cont (19/08/2010 - 18h40)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Desvendado o segredo da alergia ao níquel

 O níquel é um metal com o qual "contactamos" frequentemente, dado ser muito utilizado em joalharia, estar presente, na maioria das ligas metálicas de que são feitas as moedas (as moedas de 1 e 2 euros, por exemplo, apresentam níquel na sua constituição), poder ser um elemento presente no aço inoxidável e até próteses médicas. Este elemento (de símbolo químico Ni) é o 28º da tabela periódica, sendo um "metal de transição" e podendo formar diversos iões. A sua descoberta remonta a 1751 e deveu-se ao mineralogista sueco Axel Fredrik Cronstedt. 

 Contudo, a alergia ao níquel é a hipersensibilidade de contacto mais comum nos países ocidentais, tendo uma equipa de investigadores alemães descoberto a causa para esse facto. Acontece que, este metal actua de modo similar ao das bactérias - O contacto com o níquel desencadeia, nos indivíduos alérgicos a este metal, uma reacção inflamatória, através da activação de um receptor celular, denominado TLR4. Ora, este é o mesmo receptor que é activado, aquando do contacto com bactérias, levando à ocorrência de uma resposta do sistema imunitário. A activação do receptor TLR4, por parte do níquel, leva então a uma resposta imunitária exagerada, que se manifesta sob a forma da alergia a este metal.

 Como o níquel e as bactérias se ligam a diferentes regiões do receptor, o bloqueio da local onde se liga o níquel poderá prevenir a alergia ao metal, sem impedir que o receptor origine uma resposta imunitária, aquando do contacto com bactérias.

Fontes: http://www.newscientist.com/article/dn19318-mystery-of-most-common-contact-allergy-solved.html
           http://www.nature.com/ni/journal/vaop/ncurrent/full/ni.1919.html
           http://en.wikipedia.org/wiki/Nickel (16/08/2010)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Australopithecus afarensis já utilizava ferramentas e comia carne

 A descoberta de ossos animais fossilizados (nomeadamente de um antílope do tamanho de uma cabra e de um animal do tamanho de uma vaca) com cerca de 3,4 milhões de anos, apresentando marcas (muito provavelmente feitas por instrumentos), sugere que os hominídeos já utilizavam ferramentas e comem carne há mais tempo do que anteriormente se julgava.

 Estes ossos foram descobertos na Etiópia, por investigadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, estando inseridos num estrato, cujos sedimentos tinham cerca de 3,2 milhões de ano. Contudo, outras evidências geológicas apontam para que os ossos apresentem uma idade de 3,4 milhões de anos. Ora, como nesse período o Australopithecus afarensis (espécie à qual pertencia a Lucy) era a única espécie de antepassados do ser humano presente naquele local, assume-se agora que A. afarensis já utilizava ferramentas e comia carne.

 Sabia-se já que os indivíduos pertencentes à espécie Homo habilis (que vivera entre há 2,4 e 1,4 milhões de anos atrás) não tinham sido os primeiros a utilizar ferramentas, pois em 1997 foram descobertas, também na Etiópia, artefactos pontiagudos de pedra com cerca de 2,5 milhões de anos. Porém, esta nova descoberta indica que a utilização de ferramentas é cerca de 800 000 anos mais antiga, o que sugere que a espécie Australopithecus afarensis não era tão primitiva quanto se pensava.

Fontes: http://www.newscientist.com/article/dn19302-early-humans-were-butchers-34-million-years-ago.html
           http://www.nature.com/nature/journal/v385/n6614/abs/385333a0.html
           http://www.publico.pt/Ciências/a-australopiteca-lucy-ja-comia-carne-e-usava-faca_1451073 (12/09/2010)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Portugal afirma-se internacionalmente no plano científico

 Portugal é o país europeu que mais cresce em termos de pedidos de patentes, sendo criadas pelos portugueses, em média, duas invenções por dia, de acordo com dados do semanário "Expresso". 

 Na verdade, têm-se vindo a registar progressos no que toca à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, sendo esse crescimento já superior à média europeia. Relativamente aos pedidos de patentes, estes têm vindo a registar um aumento de 40% cada ano, desde 2004.

 Em termos de investigação, pode-se afirmar que Portugal está então a aproximar-se dos padrões da Europa Ocidental e Nórdica, procurando colmatar o "atraso" existente, desde há muito tempo. Para isso, tem contribuído o investimento de empresas nacionais e internacionais, o aumento do número de investigadores (e, sobretudo, do número de investigadores portugueses a trabalhar em Portugal) e da qualidade de investigação levada a cabo a nível das universidades e institutos.


Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/invencoes-inventores-portugal-europa-inovacao-tvi24/1183131-4069.html (09/08/2010)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Genoma das esponjas poderá desvendar segredos ligados ao cancro

 O genoma das esponjas, seres vivos multicelulares (ou seja, que possuem mais do que uma célula) aquáticos extremamente rudimentares, foi sequenciado, o que permitirá compreender quais os genes relacionados com a multicelularidade e até dar resposta a algumas questões sobre o cancro. O facto do genoma da esponja ser "tão especial" prende-se com o facto de as esponjas serem seres vivos pluricelulares muito primitivos. 

 De entre os 20 000 a 30 000 genes presentes no genoma da esponja, cerca de 4670 famílias de genes (conjuntos de vários genes similares, que desempenham funções bioquímicas semelhantes e resultam da duplicação de um gene original) são comuns a todos os animais, sendo que dessas, 1268, ao não estarem presentes nos seres vivos unicelulares evolutivamente mais próximos das esponjas, estarão muito provavelmente relacionados com a multicelularidade. De facto, algumas das funções desempenhadas por estes genes em questão prendem-se com a capacidade das células enviarem sinais químicos a outras, de divisão e crescimento celular coordenado e de diferenciação (especialização) celular, o que é essencial para a coordenação e "divisão de tarefas" entre as células de um indivíduo multicelular.

 Por outro lado, muitos genes presentes nas esponjas estão envolvidos no aparecimento do cancro. Isto é passível de ser explicado pelo facto dos tumores surgirem devido à divisão descontrolada de células, apenas possível  num indivíduo pluricelular. Contudo, as esponjas não apresentam dois genes relacionados com o cancro e que são extremamente importantes no que toca à divisão celular, sendo que ao compreendermos como é que as esponjas "contornam esta situação", poderemos descobrir mais acerca do papel desses dois genes no aparecimento de cancro em seres humanos. 

Fonte: http://www.newscientist.com/article/mg20727724.100-sponge-genome-provides-toolkit-for-multicellular-life.html (05/08/2010)
 
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