segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Parasita da malária foi importado dos gorilas

 A malária, uma doença que todos os anos atinge entre 350 e 500 milhões de indivíduos, é uma patologia provocada por um parasita, um protozoário do género Plasmodium, sendo transmitida através da picada de um mosquito do género Anopheles. De entre as várias espécies de parasitas do género Plasmodium, Plasmodium falciparum é a responsável pela maioria dos casos de malária (cerca de 91%) e aquela que mais casos letais origina. 

 Acontece que até agora pensava-se que os hominídeos sempre tinham convivido com a malária e com P. falciparum, ou que, segundo outros investigadores, o parasita começou a infectar os hominídeos mais tarde, tendo sido transmitido por chimpanzés.


 Contudo, novos estudos sugerem que foi através dos gorilas que os hominídeos começaram a contactar com esta doença. Na verdade, através do estudo das relações evolutivas entre diversos parasitas da malária presentes na África Central, investigadores britânicos e norte-americanos concluíram que o parasita que afecta os seres humanos está muito próximo evolutivamente do parasita que provoca malária nos gorilas, tendo evoluído a partir deste há cerca de 300 000 anos. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Óxido nítrico pode ser fundamental na reparação de lesões cerebrais

 Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Coimbra (em Portugal) em colaboração com cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, debruçou-se sobre o papel do óxido nítrico, aquando de lesões cerebrais. 


 O óxido nítrico é uma molécula constituída por um átomo de oxigénio e um átomo de azoto (daí a sua fórmula química ser NO). O óxido nítrico encontra-se naturalmente sob a forma de um gás, com importantes funções biológicas, actuando como uma molécula envolvida na transmissão de informação entre células. Para além disso, esta molécula é produzida no cérebro, aquando de uma inflamação. 


 Pensava-se, por isso, que impedisse a proliferação de células-tronco neuronais, essenciais à recuperação das zonas lesionadas. Contudo, o estudo mostrou que, aquando de uma concentração reduzida de óxido nítrico, a proliferação deste tipo de células foi estimulada. Estas conclusões podem se vir a revelar particularmente importantes para futuros tratamentos de lesões cerebrais, como o Alzheimer 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Investigador português é galardoado com o Prémio Internacional Viktor Ambartsumian

 O Prémio Internacional Viktor Ambartsumian, que foi entregue pela primeira vez este ano, pelo Presidente da República da Arménia, distingue os indivíduos que se destacaram na área da astrofísica (o ramo da astronomia que se ocupa com o estudo da física ligada ao universo,  nomeadamente as propriedades físicas deste) e áreas adjacentes (física e matemática).

 Este ano, o prémio, no valor de 500.000 dólares (aproximadamente 385.000 euros) foi entregue a três investigadores, de entre os quais, um português - Nuno Cardoso Santos, astrónomo no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e autor de 128 artigos publicados, tendo mais de 5200 citações. Os outros dois investigadores galardoados com o prémio Viktor Ambartsumian foram Michel Mayor, astrónomo e professor suíço na Universidade de Genebra, e Garik Israelian, astrofísico arménio, actualmente a trabalhar nas Ilhas Canárias.

 O prémio foi atribuído aos três investigadores pelo seu trabalho desenvolvido no estudo de estrelas, em torno das quais orbitam planetas, algo que é fundamental para a compreensão dos processos que levam à formação de novos planetas.

 Viktor Ambartsumian (1908 - 1996, de seu verdadeiro nome Viktor Hambardzumyan) foi um cientista Soviético nascido na Arménia, sendo considerado um dos pioneiros no estudo da astrofísica teórica, tendo vencido a Medalha de Ouro Lomonossov (1971), o Prémio Estaline (1946, 1950) e sido galardoado com o título de Herói Nacional da Arménia. 

Fontes: http://www.astro.up.pt/divulgacao/index.php?WID=461&CID=1&ID=141&Lang=pt
            http://en.wikipedia.org/wiki/Viktor_Hambardzumyan

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ciência e cientistas da Croácia

 Este post surge na sequência da minha visita à Cróacia, país que, apesar de pequeno, deu importantes contributos à Ciência mundial.

 Na Idade Média, a República de Ragusa (actual cidade de Dubrovnik, no sul da Croácia) foi o primeiro estado a decretar a obrigatoriedade de indivíduos e navios permanecerem isolados e fora da cidade por um período de tempo, como forma de prevenir o registo de casos de peste, uma doença infecto-contagiosa. Este período de tempo era inicialmente de 30 dias, tendo sido posteriormente alargado para 40, nascendo aí a quarentena. Também em Dubrovnik abriu a primeira farmácia da Europa, que ainda se encontra em funcionamento, localizando-se no interior do Mosteiro Franciscano.

 Já no século XVIII, Ruder Boskovic (na imagem), cientista e religioso croata, desenvolveu a teoria atómica e fez vários estudos na área da astronomia (muitas delas apoiadas na matemática), tendo descoberto que na Lua não existe atmosfera. 


 Entre os finais do século XIX e os princípios do século XX, destacam-se os trabalhos do sismologista Andrija Mohorovicic, que descobriu que as ondas sísmicas se reflectem e refractam, tendo deduzido a existência de uma descontinuidade entre a crosta e o manto (que hoje se chama, em sua honra, descontinuidade de Moho); do inventor eslovaco de origem croata Stefan Banic, que inventou o primeiro pára-quedas utilizado de facto e o pára-quedas militar e do inventor Nikola Tesla, que desenvolveu a corrente alternada, o motor de indução e a transmissão de sinais sem fios.


 Dois croatas foram laureados com o prémio Nobel da Química - Leopold Ruzicka e Vladimir Prelog, sendo que actualmente inúmeros cientistas croatas trabalham em equipas internacionais.

sábado, 4 de setembro de 2010

Cianobactérias podem nos ajudar a proteger das radiações UV

 Durante o Verão é fundamental uma boa protecção contra as radiações solares, nomeadamente as radiações ultravioleta (UV), que, por exemplo, potenciam o aparecimento de tumores. Contudo, moléculas produzidas por cianobactérias podem contribuir, no futuro, para uma melhor protecção.

 As cianobactérias são bactérias que realizam a fotossíntese, apresentando uma tonalidade verde-azulada, sendo por isso designadas erradamente por algas azuis (visto que não são algas, existindo apenas algas verdes, castanhas e vermelhas). Dado as cianobactérias terem surgido há cerca de 3.4 biliões de anos, antes do planeta possuir uma atmosfera rica em ozono (que surgiu com a libertação de oxigénio para a atmosfera, em grandes quantidades, devido à actividade fotossintética), estes seres vivos estavam expostos à radiação ultravioleta, que danifica a molécula de DNA. Como forma de protecção, estas bactérias produzem pequenas moléculas, designadas por MAAs (mycosporine-like amino acids), que absorvem a radiação ultravioleta, funcionando de modo similar a alguns protectores solares.

 Agora, investigadores norte-americanos descobriram quais os genes e as enzimas envolvidos na produção das MAAs, o que se revelará particularmente útil para o fabrico de cosméticos (já foi produzido um cosmético anti- envelhecimento, que utilizava MAAs) e de protectores solares.

Fonte: http://www.newscientist.com/article/dn19392-ancient-bacteria-could-improve-antiageing-cosmetics.html (04/09/2010)
 
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