domingo, 29 de novembro de 2009

Seringa implantável controla dosagem de medicamentos sem dor

Juntando a nanotecnologia com magnetismo, os cientistas encontraram a solução mais promissora, até o momento, para o conceito de "aplicação personalizada de medicamentos."

Aplicação personalizada de medicamentos

Muitas patologias como cancro, diabetes e dores crónicas, exigem medicamentos que não podem ser tomados oralmente isto porque, as doses devem ser intermitentes ou em quantidades ajustáveis durante um determinado período de tempo.


Já foram desenvolvidas várias técnicas para aplicações das chamadas drogas inteligentes - um processo chamado drug delivery, ou aplicação personalizada de medicamentos, numa tradução livre. Essas técnicas incluem fontes de calor ou de luz externas, chips eletrónicos implantados e outros estímulos que funcionam como uma chave liga-desliga para a liberação dos medicamentos no corpo.


Contudo, nenhuma dessas técnicas consegue fazer tudo o que se espera de uma forma de aplicação de medicamentos realmente inteligente: abrir e fechar repetidamente a dosagem do medicamento e dosear dosagens precisas, conforme a necessidade do paciente.

Nanotecnologia e magnetismo

Actualmente, graças à combinação de nanotecnologia e magnetismo, a equipa do Dr. Daniel Kohane, do Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, encontrou a solução mais promissora, até ao momento, para o conceito de "entrega de medicamentos".


O medicamento é misturado com nanopartículas magnéticas, feitas de óxido de ferro, e colocadas no interior de uma espécie de cápsula fabricada com uma membrana especial. A cápsula, por sua vez, é inserida no interior de um pequeno dispositivo biocompatível implantável, que mede menos de 1 centímetro de diâmetro. O dispositivo é passivo, sem necessidade de nenhum componente eletrónico.

Um campo magnético aplicado externamente aquece as nanopartículas magnéticas, distendendo a superfície da membrana da cápsula. Essa distensão abre poros temporários na membrana que permitem que o medicamento saia da cápsula e atinja o organismo. Quando o campo magnético é desligado, a membrana arrefece e fecha os poros, interrompendo a passagem do medicamento.

Seringa implantável

A dose libertada pode ser controlada precisamente pela duração do campo magnético e consegue-se manter constante ao longo de vários ciclos de funcionamento.

O dispositivo mostrou-se totalmente biocompatível nos testes em cobaias, sem toxicidade para as células e sem qualquer rejeição pelo sistema imunológico, mantendo-se totalmente funcional por 45 dias no organismo dos animais.
As membranas são activadas por temperaturas superiores às temperaturas apresentadas pelo organismo, não sendo afectado por estados de febre alta ou inflamação local.

O próximo passo da pesquisa será obter as autorizações necessárias para os testes em humanos.


Fontes:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias (dia 29/11/2009 às 12h15)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dia Nacional da Cultura Científica - Um olhar sobre a sua importância

 Comemora-se hoje o Dia Nacional da Cultura Científica, uma data essencial a ter em consideração, dada a sua importância, inclusive no quotidiano.
 Na verdade, dado que Ciência, Tecnologia e Sociedade estão intrinsecamente interligadas é fundamental ter noções mínimas básicas relativas a assuntos científicos para conseguirmos compreender muito do que é divulgado na actualidade. Um bom exemplo do que foi referido prende-se com as questões da bioética. 

 Como é sabido, nenhuma descoberta científica pode ser catalogada de "boa" ou "má", sendo que é o uso que desta é feito que tem de ser submetido a avaliação. Um dos casos mais conhecidos foi o da descoberta da radioactividade - este avanço científico só por si, não é catalogável e contudo, a partir desta descoberta foram possíveis novos tratamentos na medicina, a datação radiométrica de rochas, mas também a produção de armamento nuclear.
 Por este motivo, e dado as capacidades a nível científico que a espécie humana já possui, é fundamental proceder-se a uma avaliação ética relativamente à aplicação de cada avanço científico (nomeadamente, na área da biologia ou da medicina) em determinada área. Esta avaliação, apesar de dever ser levada a cabo por especialistas, deve também ser discutida pelos restantes cidadãos, dada a importância que determinada prática, uma vez aprovada, terá na vida destes. Contudo, essa discussão não deve limitar-se a um "atirar de opiniões", como aconteceu, por exemplo, aquando da discussão da despenalização e liberalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, mas pelo contrário, deve ser baseada em factos e estudos científicos. Aqui entra a importância da cultura científica, por vezes tão negligenciada pelos cidadãos e pelos mass media

 É claro que a importância da cultura científica não se resume só a este aspecto, contudo, ele é por si só justifica um incremento nos conhecimentos gerais relativos à ciência.


Prémio Pedro Hispano 2009 entregue a dois médicos - Daniel Serrão e João Lobo Antunes


 Foi entregue Sábado passado o Prémio Pedro Hispano a dois médicos, Daniel Serrão e João Lobo Antunes, que se distinguem pelos seus importantes contributos na área da Medicina. 
 O Professor Daniel Serrão conta com mais de trezentos artigos científicos publicados, tendo se desatacado, inclusive a nível internacional na área da bioética, enquanto o Doutor João Lobo Antunes, apesar da sua importância a nível da bioética, destacou-se sobretudo como neurocirurgião, tendo sido o primeiro médico da história a implantar um olho electrónico num indivíduo invisual.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Identificada associação entre obesidade na adolescência e esclerose múltipla

Adolescentes obesas podem ter um risco duas vezes superior de vi a desenvolver esclerose múltipla depois de atingir a idade adulta. Esta é a conclusão geral de um estudo publicado na edição de 10 de Novembro da revista Neurology. Kassandra Munger e colegas, da Harvard School of Public Health em Boston (EUA), analisaram 238371 mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, que responderam, em cada dois anos, a um questionários sobre indicadores de saúde. Num período de 40 anos , 593 dessas mulheres desenvolveram esclerose múltipla. Verificou-se que as mulheres que apresentavam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 (consideradas obesas)aos 18 anos tinham um risco duas vezes superior de desenvolver a doença comparativamente às que tinham o IMC entre os 18,5 eos 20,9. De notar que o risco de desenvolver esclerose múltipla em mulheres apenas com excesso de peso só aumentou ligeiramente. O estudo permitiu ainda constatar que a obesidade em crianças com idades entre os cinco e os 10 anos não estava associada ao risco de desenvolvimento de esclerose múltipla. Também não foi encontrada nenhuma correlação entre o IMC na idade adulta e o risco de desenvolvimento da doença. Uma das explicações avançadas por Munger para justificar o risco aumentado em mulheres que foram obesas na adolescência consiste no facto de se pensar que níveis elevados de vitamina D reduzirem o risco de desenvolver esclerose múltipla, sendo que as pessoas obesas têm níveis reduzidos daquela vitamina. Por outro lado, o tecido adiposo produz substâncias que afectam o sistema imunitário e alguns tipos de células que se julga estarem associadas à doença. Apesar de serem necessários mais estudos que comprovem e especifiquem os mecanismos da associação entre a obesidade na adolescência e o desenvolvimento de esclerose múltipla, este estudo revela que a doença tem uma etiologia que envolve tanto factores ambientais como genéticos.

Fontes: Revista 'Semana Médica', nº 560, 12 a 18 de Novembro 2009 

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Gravidez: Células cancerígenas podem atravessar a placenta

Num estudo efectuado no Instituto de Investigação de Cancro, em Sutton, no Reino Unido, as células cancerígenas da mãe podem atravessar a placenta provocando doenças no feto.


Durante uma investigação os cientistas detectaram um caso estranho, em que um bebé apresentava células cancerígenas que coincidiam com as da mãe, uma mulher japonesa, de 28 anos, que desenvolveu leucemia pouco tempo após o parto, cuja filha 11 meses após o nascimento também desenvolveu leucemia. A análise realizada a nível genético revelou características semelhantes entre as células cancerígenas da mãe e da filha. No teste, posteriormente efectuado, às células sanguíneas do bebé, que foram recolhidas durante o parto mostram que a bebé possuía as células cancerígenas desde a nascença.

Após realização de análises genéticas mais aprofundadas descobriu-se que as células de leucemia do bebé não possuíam uma região de DNA, tendo sido identificadas como intrusas pelo sistema imunitário e, posteriormente, eliminadas. Os cientistas que realizaram estas investigações acreditam que a perda do código genético permitiu a passagem das células cancerígenas pela placenta e a falta de reconhecimento imunitário.

Um dos cientistas, Greaves, explica que as células cancerígenas da mãe atravessaram a placenta, chegando ao feto e instalaram-se tornando-se invisíveis ao sistema imunitário e acrescenta que a probabilidade de essas células cancerígenas passarem para o feto são poucas. Outro dos cientistas salienta que esta investigação é uma prova que os problemas cancerígenos precisam de ‘enganar’ o sistema imunitário antes de se desenvolverem, pelo que sendo possível alertar o sistema de detecção de presença destas células haja uma possibilidade de desenvolver novas formas de tratamento.

sábado, 14 de novembro de 2009

Descoberta de água na Lua

Dados importantes




Foi ontem, dia 13 de Novembro, sexta-feira, anunciado pela Nasa (agência espacial americana) a descoberta de grande quantidade de água na Lua durante a análise de recolhas experimentais recolhidas no mês passado.

As experiências constaram no lançamento de um foguete e, logo depois, na realização de uma cratera, perto do pólo sul lunar utilizando, para esse efeito, uma sonda especializada.

Os cientistas da Nasa disseram que os instrumentos detectaram água numa coluna de detritos criada após as colisões: "De facto, nós encontramos água. E não encontramos pouca, encontramos uma quantidade significativa", disse Anthony Colaprete, o principal responsável pela experiência no Centro Ames de Investigação, da Nasa, no Estado Americano da Califórnia.

Os impactos levantaram cerca de 90 litros de água, estimou Colaprete.

A identificação de água na Lua é importante por motivos científicos, mas a presença do recurso poderá também ser benéfico para futuras expedições tripuladas ao satélite natural da Terra.

Análises

"Estamos a revelar os mistérios do nosso vizinho mais próximo e, por extensão, do Sistema Solar", disse Michael Wargo, cientista especializado em Lua da Nasa. Se a água encontrada tiver biliões de anos, pode conter informações sobre a origem do Sistema Solar e, se encontrada em grandes quantidades, poderá vir a ser usada em viagens espaciais.

O grande passo seguinte será a análise de toda a água e materiais encontrados e o aguardar por mais detalhes que se esperam de grande utilidade e de máxima importância.

Fontes:
http://colunas.g1.com.br/files/21/2009/09/agua_na_lua_595_298.jpg - dia 14/11/2009 (9h00)
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,nasa-anuncia-descoberta-de-agua-em-cratera-da-lua,466070,0.htm -dia 14/11/2009 (9h15)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dia da ciência: Para derrubar os muros na Ciência

 Hoje, dia 10 de Novembro, comemora-se o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, um dia habitualmente celebrado pensando nos benefícios que a ciência trouxe e poderá vir a trazer, no âmbito da criação de um mundo sustentável, mais igualitário e pacífico. Nesse aspecto, exemplos não faltam. Na verdade, não podemos catalogar as descobertas científicas como "boas" ou "más", apenas podemos julgar o uso feito delas e, cada vez mais, tem havido um ênfase maior no uso dos conhecimentos científicos para a promoção de práticas que tenham efeitos benéficos na sociedade e no ambiente, nomeadamente nos países menos desenvolvidos.

 Porém, não só a ciência influencia a sociedade, como também a sociedade influencia a ciência, tanto de forma positiva, como negativa e um bom exemplo disso foi o período de Guerra Fria, simbolizado pelo Muro de Berlim, cuja queda celebra vinte anos. 
 Conflitos e tensões entre as nações, exemplificadas pela divisão entre os blocos comunista e capitalista, na altura, são altamente prejudiciais para a ciência, levando a que haja menos diálogo, cooperação e partilha de conhecimentos entre a comunidade científica, o que consequentemente se traduz num menor avanço científico (e o avanço existente é apenas numa óptica de propaganda e competição, não tendo como verdadeiro fim um desenvolvimento científico e/ou social). E daí, que muitos dos avanços científicos ocidentais fossem desconhecidos no leste e que muitos das descobertas feitas no leste só agora estejam a ser aproveitadas no ocidente.

domingo, 8 de novembro de 2009

Encontrada glicina em cometa

Investigadores da NASA detectaram a presença do aminoácido glicina (NH2CH2COOH) em amostras de poeiras do cometa Wild 2, recolhidas durante a passagem da sonda espacial Stardust em Janeiro de 2004 e devolvidas à Terra onde foram recuperadas em Janeiro de 2006.

Como a glicina é um dos componentes estruturais das proteínas, a sua presença num cometa reforça a ideia de que as moléculas essenciais à criação da vida se encontram espalhadas pelo universo. A astrónoma Jamie Elsila do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, EUA, anunciou a descoberta, que será apresentada numa edição próxima da publicação científica Meteoritics & Planetary Science.
 
Apesar dos astrónomos já suspeitarem há muito tempo que seria possível a glicina formar-se através dos processos exóticos e gelados da química espacial, a demonstração desta possibilidade tinha, até o momento, permanecido fugidia.

 
De facto, a complexidade do aminoácido torna a sua identificação através de métodos espectrais extremamente difícil.


Apesar dos investigadores terem procurado avidamente a sua detecção no espaço interestelar durante décadas, os alegados sucessos reportados têm sido frequentemente contestados e mesmo retractados.
 
Assim, uma identificação definitiva de glicina através dos detectores baseados em aerogéis da Stardust pode sugerir que, pelo menos nos cometas, a química básica da vida é possível.



Fontes: Revista Química, Jul-Set 2009, 114 

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vírus bacteriófagos: Uma alternativa aos antibióticos tradicionais

Bactérias, como as causadoras da tuberculose e da pneumonia, estão a tornar-se cada vez mais resistentes aos antibióticos e às vacinas tradicionalmente administradas e, como tal, é necessário encontrar novas alternativas ao combate destes agentes patogénicos.

Uma das alternativas em estudo relaciona-se com a utilização de vírus bacteriófagos, ou seja, vírus que infectam as bactérias, servindo-se delas para a sua própria reprodução (dado os vírus não se conseguirem reproduzir sozinhos) e inutilizando assim as bactérias (ver imagem em baixo).Os vírus utilizados têm de ser seleccionados de forma a atacar especificamente aquelas bactérias e a não ser, ao mesmo tempo, prejudiciais para o organismo humano. 

Os resultados dos testes recentes são satisfatórios. Cientistas britânicos conseguiram reduzir o número de indivíduos de Pseudomonas aeruginosa (bactéria extremamente resistente que causa infecções no ouvido) em pacientes infectados com esta bactéria, recorrendo a vírus bacteriófagos. O desafio actual prende-se com o desenvolvimento de bacteriófagos modificados, mais resistentes e eficazes.

 O uso de vírus bacteriófagos no tratamento contra algumas bactérias já foi utilizado até aos anos 40 no Ocidente (tendo sido abandonado com a chegada dos antibióticos) e era frequentemente utilizado na União Soviética. Actualmente na Geórgia ainda se utiliza por vezes este método.

Fontes: http://www.newscientist.com/search?doSearch=true&query=bacteriophage (3/11/2009 18:00)
           http://en.wikipedia.org/wiki/Bacteriophage (3/11/2009 18:00)

domingo, 1 de novembro de 2009

Robô realiza experiências sem intervenção humana

Investigadores britânicos criaram a primeira máquina capaz de realizar experiências científicas e fazer descobertas sem intervenção humana, indica um estudo publicado, esta sexta-feira, pela revista Science.
O robô chama-se Adão e foi desenhado e desenvolvido por equipas de cientistas das Universidades de Aberystwyth, do País de Gales, e Cambridge, para executar automaticamente várias etapas de investigações.
Graças à inteligência artificial, a máquina fez descobertas a partir da recolha e classificação de resultados de experiências que realizou.
De acordo com um dos criadores, Ross King, da universidade galesa, Adão trabalhou e chegou a conclusões, depois verificadas manualmente, sobre o genoma da levedura, um organismo usado pelos cientistas para estudar sistemas biológicos mais complexos.
Este robot criou experiências para demonstrar as suas hipóteses, realizou testes, interpretou resultados e repetiu ciclos que apresentam um elevado grau de minúcia e que «são trabalhos difíceis e penosos para cientistas humanos, mas fáceis para um robô».
Em breve o “jovem Adão” juntar-se-á a Eva, estando este programado para trabalhar com doenças infecciosas, como a malária.

Fontes: http://diario.iol.pt/tecnologia/tecnologia-robo-tvi24-ciencia-robot-descoberta/1054464-4069.html (1/11/2009; 18h00)

Balanço do primeiro mês de actividade (Outubro 2009)

O blogue Ciência e Saúde XXI completou o seu primeiro mês de actividade, tendo  o número de visitas ao nosso blogue sido bastante satisfatório. Recebemos no total 394 visitas, provenientes de várias nacionalidades (Portugal, Brasil, E.U.A., Suíça, Irlanda, Espanha e Alemanha).


Foram publicados um total de quinze posts, abrangendo variadíssimos temas da área a que nos propusemos. 


Concluída a sondagem do mês de Outubro, apresentamos os resultados:



No mês de Novembro daremos continuidade às iniciativas deste blogue, com novos posts, imagens, citações e uma nova sondagem.


 
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