As células cancerosas obtêm energia de forma diferente das restantes células do nosso organismo. Enquanto, as nossas células não-tumorais obtêm energia por respiração aeróbia, um processo ocorre na presença de oxigénio, em organelos chamados mitocôndrias, as células cancerosas obtêm energia por glicólise, um processo que não necessita da presença de oxigénio e que não é realizado em mitocôndrias (imagem da direita). Até há pouco tempo, pensava-se que isso constituía uma desvantagem para as células cancerosas, visto que se consegue menos energia realizando glicólise, do que realizando respiração aeróbia. Contudo, recentemente, começou-se a pensar de maneira oposta.
Os cientistas justificam que, apesar do baixo rendimento energético, a glicólise, contrariamente à respiração aeróbia, disponibiliza os "blocos químicos essenciais à construção de novas células", o que permite uma mais rápida divisão celular.
Dessa forma, de modo a travar a progressão de células tumorais, os cientistas decidiram activar as mitocôndrias de cinco indivíduos com uma forma agressiva de cancro do cérebro, através de um medicamento. Apenas um desses cinco indivíduos morreu de cancro, tendo os tumores deixado de crescer nos restantes quatro indivíduos (tendo num deles desaparecido completamente), que acabaram por viver mais tempo. Esta é por isso uma notícia encorajadora em termos da luta contra o cancro.
Fonte: http://www.newscientist.com/article/mg20627603.500-cancers-sweet-tooth-becomes-a-target.html?full=true (13/05/2010 - 21h18)
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