sábado, 26 de junho de 2010

Colocada nova hipótese para a morte de Tutankhamon

 O Faraó Tutankhamon (1341 a.C. - 1323 a.C.) é um dos mais conhecidos do Antigo Egipto, quer devido à descoberta do seu túmulo, quer devido ao facto de ter falecido muito jovem, estando a sua morte ainda envolta em mistério.

 Várias causas foram já apontadas por investigadores e historiadores para justificar a morte deste faraó - desde queda de uma quadriga, até ao envenenamento por parte de familiares. Contudo, a causa actualmente mais aceite para a morte do soberano relacionava-se com malária cerebral, juntamente com doenças congénitas nos ossos, hipótese apoiada pelo facto de terem sido descobertas necroses nos ossos do pé esquerdo de Tutankhamon e detectados genes do parasita que causa a malária.

 Porém, estudos de uma equipa de investigadores alemães do Instituto Bernhard Nocht para Medicina Tropical sugerem que a verdadeira causa para o falecimento do faraó pode ter sido a anemia falciforme. Esta doença é provocada por uma mutação num gene que codifica a proteína hemoglobina (proteína presente nos glóbulos vermelhos e associada ao transporte de oxigénio), levando a que os glóbulos vermelhos do indivíduo adquiram a forma de foice, em vez da forma normal de disco bicôncavo (imagem da esquerda), algo que afecta o transporte de oxigénio para as células e leva a danos nos ossos, como os apresentados por Tutankhamon. 

 A mutação que leva ao aparecimento de anemia falciforme é comum em países onde a malária é endémica, como o Egipto, pois confere imunidade contra a malária. Isto não impede, contudo, que os indivíduos com anemia falcofrme "transportem" o parasita da malária no seu sangue. No caso do faraó, uma infecção desse género poderia ter levado a uma "crise fatal de anemia falciforme", que culminou com a falta de oxigénio nas várias células e com a morte de Tutankhamon.

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