quarta-feira, 21 de julho de 2010

Peixe ajuda a recuperar ecossistema aquático "morto"

 O ecossistema de Benguela, um ecossistema aquático localizado na costa de Angola e da Namíbia (no sudoeste de África), está infestado por medusas e algas, tornando este ambiente desfavorável para o desenvolvimento de outras espécies. O ecossistema de Benguela fora, outrora, um local de captura de sardinha, tendo sido a pesca excessiva a responsável por esta situação.

 As condições não são, então, favoráveis ao desenvolvimento de uma comunidade biologicamente diversa: As algas presentes no ecossistema consumem uma grande quantidade de oxigénio, levando a que no fundo oceânico os níveis deste gás sejam inferiores a 10% (uma quantidade muito reduzida para a maior parte das criaturas marinhas). Já ao nível da superfície, onde existe maior quantidade de oxigénio, existe uma presença uma concentração elevada de algas e medusas, o que não é propício ao desenvolvimento de outras formas mais diversificadas de vida. Por outro lado, quando as algas morrem, caem e libertam uma grande quantidade de ácido sulfídrico, um gás venenoso. 

 Contudo, um peixe da família Gobiidae, de nome científico Sufflogobius bibarbatus (von Bonde, 1923) não só conseguiu sobreviver nesse ecossistema inóspito, como se estabeleceu nele plenamente. Este peixe alimenta-se de restos de algas mortas, conseguindo sobreviver no fundo durante o dia (o seu baixo metabolismo permite-lhes aguentar níveis reduzidos de oxigénio), emergindo durante a noite para captar oxigénio. O facto deste peixe ter predadores naturais permite a reciclagem de nutrientes neste ecossistema, o que poderá permitir que este recupere a biodiversidade de outrora. 


 O vídeo seguinte (em inglês) mostra as estratégias adoptadas por Sufflogobius bibarbatus para sobreviver neste ambiente:



Fonte: http://www.newscientist.com/article/dn19182-super-goby-helps-salvage-ocean-dead-zone.html (21/07/2010)

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