segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Identificada associação entre obesidade na adolescência e esclerose múltipla

Adolescentes obesas podem ter um risco duas vezes superior de vi a desenvolver esclerose múltipla depois de atingir a idade adulta. Esta é a conclusão geral de um estudo publicado na edição de 10 de Novembro da revista Neurology. Kassandra Munger e colegas, da Harvard School of Public Health em Boston (EUA), analisaram 238371 mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, que responderam, em cada dois anos, a um questionários sobre indicadores de saúde. Num período de 40 anos , 593 dessas mulheres desenvolveram esclerose múltipla. Verificou-se que as mulheres que apresentavam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 (consideradas obesas)aos 18 anos tinham um risco duas vezes superior de desenvolver a doença comparativamente às que tinham o IMC entre os 18,5 eos 20,9. De notar que o risco de desenvolver esclerose múltipla em mulheres apenas com excesso de peso só aumentou ligeiramente. O estudo permitiu ainda constatar que a obesidade em crianças com idades entre os cinco e os 10 anos não estava associada ao risco de desenvolvimento de esclerose múltipla. Também não foi encontrada nenhuma correlação entre o IMC na idade adulta e o risco de desenvolvimento da doença. Uma das explicações avançadas por Munger para justificar o risco aumentado em mulheres que foram obesas na adolescência consiste no facto de se pensar que níveis elevados de vitamina D reduzirem o risco de desenvolver esclerose múltipla, sendo que as pessoas obesas têm níveis reduzidos daquela vitamina. Por outro lado, o tecido adiposo produz substâncias que afectam o sistema imunitário e alguns tipos de células que se julga estarem associadas à doença. Apesar de serem necessários mais estudos que comprovem e especifiquem os mecanismos da associação entre a obesidade na adolescência e o desenvolvimento de esclerose múltipla, este estudo revela que a doença tem uma etiologia que envolve tanto factores ambientais como genéticos.

Fontes: Revista 'Semana Médica', nº 560, 12 a 18 de Novembro 2009 

1 comentário:

  1. Bom trabalho! Estou a gostar muito do blogue e vou recomendá-lo aos meus alunos deste ano. Parabéns!

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